Eu finjo estar bem
- Lady Fabry E Doenças Raras
- 22 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Sabe, é meio estranho. As pessoas frequentemente dizem: “Você não parece doente.” E elas estão certas, de certa forma. Eu fiquei tão boa em mascarar minha dor, em pintar um sorriso, que minha doença se tornou invisível para o mundo. Mas só porque você não pode vê-la, não significa que ela não está lá. É como viver em uma tempestade silenciosa que mais ninguém pode sentir ou ouvir.
Toda manhã, é como subir em um palco. Eu coloco minha fantasia de “estou bem” e desempenho o papel que todos esperam ver. “Estou bem,” eu digo, e soa convincente, até para os meus próprios ouvidos. Mas por dentro, é uma história diferente. Há essa batalha constante e exaustiva acontecendo, uma luta para continuar, para parecer normal, mesmo quando cada parte de mim está gritando de dor.
A parte mais difícil? É sentir-se tão sozinha em tudo isso. Quando as pessoas não conseguem ver o que está errado, elas assumem que tudo está certo. Mas não está. Há dias em que eu gostaria de poder apenas mostrar a eles, deixá-los ver o verdadeiro eu, as lutas que enfrento todos os dias. Mas em vez disso, eu sorrio, aceno, guardo a verdade bem no fundo. E essa solidão, é como uma sombra, sempre lá, mesmo nos dias mais brilhantes.
Sabe, as batalhas que eu luto todos os dias não são do tipo que você pode facilmente perceber. É a dor constante que nunca realmente desaparece, o tipo que rói você e testa seus limites. É a névoa mental que nubla meus pensamentos, tornando as tarefas mais simples em escaladas de montanhas. E é o cansaço – oh, o cansaço – que faz meu corpo parecer feito de chumbo, pesado e não cooperativo.
Se há algo que eu desejo, é empatia. Não pena, não descrença, apenas um esforço genuíno para entender. Imagine se as pessoas pudessem olhar além da superfície e ver a luta, a força que é necessária apenas para passar o dia. Uma palavra amável, um ouvido paciente, essas coisas podem significar o mundo para alguém lutando uma batalha invisível. É sobre reconhecer que só porque uma ferida não é visível, não significa que ela não esteja lá.
Mas aqui está o importante: sempre há esperança. Esperança de que um dia, nossas lutas serão reconhecidas, que a empatia preencherá a lacuna entre o que é visto e o que é sentido. Eu acredito em um mundo onde todos nós olhamos um pouco mais fundo, ouvimos um pouco mais atentamente e nos importamos um pouco mais. Porque, no final do dia, todos estamos lutando nossas próprias batalhas, visíveis ou não, e é a compaixão que nos une.

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